Chaim nasceu em Prata – MG e desde cedo mostrou interesse pelas artes e pelo desejo de se comunicar. Escolheu primeiro o teatro – em Uberlândia fundou o Grupontapé de Teatro – e paralelamente cursou Jornalismo. Foi repórter e editor de vídeo.
Os anos trabalhando com a imagem gerou o interesse pelas artes plásticas onde começou experimentando e reciclando lixo para transformar em arte. Em sua primeira exposição, Chaim queria mostrar que a arte pode literalmente transformar as coisas: embalagens de pizza viraram painéis no melhor estilo pop, usando colagem e pintura. Daí em diante não parou mais e logo surgiram as primeiras telas. Inspirado principalmente por Andy Warhol criou muitos retratos. A paisagem urbana e as pessoas são sua principal fonte, imagens que Chaim sempre busca em suas viagens pelo mundo.
As telas, sempre muito coloridas, lhe renderam exposições em Uberlândia, Brasília, Paris, Nova Iorque e São Paulo. Sua primeira experiência internacional foi no Salão Nacional de Belas Artes do Carrousel Du Louvre, em Paris.
“Quando conheci o amigo Charles, há duas décadas e meia, ele era um rapaz inquieto, com sede de vida e de conhecimento. Alguns anos depois, ele foi buscar no jornalismo saciar essa inquietude e passar para as pessoas suas impressões sobre os fatos. Não foi o bastante. Infomação é indústria e Charles era sensibilidade querendo expressar-se diante do mundo. Paralelamente trabalhou com teatro como ator, produtor e cenógrafo. Em uma brincadeira com embalagens de pizza e posteriormente com sacolas, caixas de sapatos e de fósforos Charles, agora Chaim, apelido de infância herdado como diminutivo carinhoso de alguém que nasceu para ser grande, localizou o canal de sua expressão: as artes visuais. Daí pra frente foi só alegria e trabalho. Foram exposições individuais e coletivas, experimentações artísticas diferenciadas e reconhecimento público que o levou a transpor as barreiras geográficas e levar sua arte para outros países. Sua obra é pautada pelo desejo incansável de renovar-se, de descobrir-se e de expressar-se diante de um mundo sempre cheio de transformações. Ligado à vanguarda em todas as formas de expressão artística, encontrou na pop art uma forma de produzir releituras de rostos e gestos de seus amigos e de celebridades nacionais e internacionais. Dentro desse ecletismo, Charles Chaim é um artista que se permite. Fugindo das convenções, busca dentro de si os caminhos que deem prazer e possibilitem a expressão fulgente de seu pensamento e de seu olhar. Talvez por isso ele tem sido bem aceito e o seu trabalho contemplado. Por arriscar-se, por permitir-se e por deliciar-se com uma arte descomprometida de grandes ambições e livre por natureza.”
Carlos Guimarães Coelho